Os desafios da estratégia - Até que ponto desenvolve, comunica e implementa a estratégia da sua empresa?

Quando se pergunta aos gestores ou líderes "o que é a estratégia?", são dadas várias respostas diferentes. Muitas vezes, os gestores dizem que uma estratégia é um plano. Algumas organizações afirmam ter uma série de planos estratégicos diferentes: um para cada departamento ou divisão chave. Estes podem não ter uma visão global do que a organização tenciona realizar. Por conseguinte, se se tratar de uma organização da administração local, pode ter um plano para a habitação, outro para a gestão das ruas, um terceiro para os RH e assim por diante. Pode perguntar-se - então qual é o problema? Ou, como eu, pode estar muito preocupado com o pensamento em silos que isto representa.

E se - a reparação de estradas for maior do que o previsto e, por conseguinte, necessitar de mais efectivos e resultar em custos mais elevados do que os orçamentados? Como é que isto afectará os recursos humanos e as despesas da divisão de habitação? Com base em que é que os gestores de topo darão prioridade à mão de obra e às despesas? Sem saber claramente o que é mais importante, como é que se podem tomar boas decisões?

Como é que a importância deve ser decidida? É uma opinião subjectiva dos directores ou dos gestores de topo? Existem formas mais objectivas de tomar decisões que conduzam a melhores resultados organizacionais? No artigo da HBR de junho de 2011, Kahneman, Lovallo e Sibony escrevem sobre "Before you make that big decision" (Antes de tomar essa grande decisão), no qual descrevem como todas as pessoas, independentemente do seu nível hierárquico, estão sujeitas a preconceitos subconscientes, que têm impacto na tomada de decisões. Kahneman ganhou um Prémio Nobel pelo seu trabalho sobre decisões, mostrando que uma abordagem mais objetiva conduz a melhores resultados.

Como é que a tomada de decisões é relevante para a estratégia, pode perguntar-se? Bem, ao mais alto nível da organização, têm de ser tomadas decisões sobre o que a organização pretende fazer, a sua Finalidade ou Missão; para onde vai e o que quer alcançar, a sua Visão e Objectivos; o que é importante para alcançar estes objectivos, os seus Valores; e como os vai alcançar, as suas estratégias. Estas são as palavras normalmente utilizadas quando os gestores estão a aprender sobre "estratégia". Com que frequência são utilizadas na vida quotidiana das empresas? Porque é que estão no domínio da gestão de topo, sem que os outros estejam conscientes ou expostos ao que são estas intenções?

A terminologia do planeamento é frequentemente utilizada de forma superficial. Consequentemente, a maioria dos trabalhadores faz o seu "trabalho quotidiano" sem ter consciência de como está a contribuir para o "quadro geral". A história apócrifa de um visitante da NASA que perguntou à pessoa que limpava o chão qual era o seu trabalho e lhe foi dito que "ajudei a colocar um homem na lua" é um excelente exemplo de como alinhar as actividades de cada pessoa com os principais objectivos da organização.

É evidente que não basta ter uma estratégia. Deve também ser partilhada e comunicada com todos os membros da organização, para que possam contribuir eficazmente.

Em primeiro lugar, é necessário desenvolver estratégias. Vários gurus da gestão expressaram diferentes formas de pensar sobre a estratégia. Alguns centram-se mais no ambiente externo, por exemplo, Michael Porter centra-se nos concorrentes e na posição competitiva da organização. Outros académicos centram-se mais nos pontos fortes e fracos da própria organização: Hamal & Prahalad desenvolveram uma abordagem baseada nas competências, para identificar se os pontos fortes da organização estão relacionados com a tecnologia, as pessoas ou o seu modelo de negócio. McKinsey, a empresa de consultoria estratégica, desenvolveu um modelo conhecido como os 7S's - que reconhece a necessidade de equilibrar os pontos de vista interno e externo, as necessidades a curto, médio e longo prazo, etc. Para serem bem sucedidas, as empresas devem considerar tanto a situação externa que enfrentam atualmente como a que podem esperar enfrentar no futuro, juntamente com as suas capacidades existentes.

Tudo isto ilustra a complexidade do desenvolvimento de estratégias sólidas, da criação de planos de negócios e da sua comunicação eficaz.

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